quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Carta aberta aos eleitores montesclarenses em ocasião das eleições do ano de 2012.

Montes claros não pode se deixar levar por pessoas criminosas. Diga não ao aborto.
Nossa cidade não merece ser tomada por mentirosos. Diga não ao crime.

De tantos notáveis que nasceram nesta cidade, de tantos que deram a vida por construí-la, não podemos agora ofender o legado que deixaram, devemos honrá-los e fazendo melhor, deixando este município cada vez mais belo, moralizado e de montes mais claros.

Existem erros que podem ser corrigidos com o tempo, mas erros de percalços, provocados por limitações e não por maquinações e por prévia vontade de arruinar a vida dos cidadãos. Nossos concidadãos já sofrem o suficiente a cada dia; já trabalham, suam, adoecem e lutam para sobreviver. Não podemos querer aumentar o sofrimento uns dos outros, com o intuito de alimentar nosso próprio bucho.

Chega de cegueira, de omissão e de mentiras. Chega de incriminar trabalhadores e honrar criminosos. As falácias já se engodaram. Se o Brasil não consegue dá um basta Aqueles que somente roubam, traficam e matam, aqui em nossa cidade pode e deve ser diferente. Este bando que avacalha a família brasileira, quer chegar ao poder municipal e fazer daqui uma base para sanguinários internacionais. Estes usam os pobres, dizendo que querem ajudá-los, sendo que aumentam os maus tratos, empurrando-os a preguiça, enfileirando-os em hospitais sem atendimentos, em escolas sem educação (e somente com ideologias), agregando-os ao tráfico e jogando-os aos montes no cemitério.

Chega de vícios, badernas e quebra de moral. Chega de estragar a família, chega de enfraquecimento da ordem. Este bando chama de bonzinhos aqueles que noite a dentro invadem nossas casas, enraivam-se contra a Polícia que tem um ótimo histórico moral de proteção. Criaram a tal ‘Comissão da Verdade’ para desonrar os filhos da Pátria. Aliam-se a líderes mundiais desonestos, perigosos e totalitaristas que em seus países não respeitam o direito à vida, a liberdade, defesa, educação e moral. São líderes que matam em praça pública, arrastam corpos ensaguentados apenas pelo gosto de dominar, fazem terror aos seus próprios irmãos compatriotas, pessoas que eles mesmos deveriam proteger.

Esta gangue de políticos malfeitores, ombreiam com ditadores e grupos ligados ao narcotráfico, que na América Latina tem crescido pavorosamente, usando de mentiras, mortes e crimes de toda espécie. Tem comprado juízes, promotores, políticos, empresas e governos. Usam do dinheiro público para manterem-se perpetuamente no poder e estando no poder, tomam de assalto toda a propriedade e produção na Nação, mudam leis pelo benemérito próprio. Perseguem a liberdade religiosa, dizendo defender os ‘direitos humanos’. Induzem as mulheres e crianças à prostituição e algazarras sexuais, como promessa de liberdade, para em seguida se tornarem escravos, alienados e dependentes.

Este bando possui a alcunha de defender os trabalhadores, mas pode se ver que é composto de uma liderança que não sabe utilizar qualquer ferramenta além da falácia. É fácil perceber como este grupo é incoerente, eles se aliam facilmente com aqueles que outrora eram inimigos mortais, da mesma forma que traem os eleitores (cidadãos) no momento que chegam a poder. É tempo de refutar esta quadrilha, se outras cidades não conseguem, nossa cidade de Montes Claros há de conseguir. Eu amo este Município e ele não merece ser governado por traficantes, libertinos, destruidores da liberdade religiosa, abortistas, desconstrutores da sociedade, foras da lei, desonrosos, criminosos e falsos representantes do povo.

É certo que esta cidade em 2012 não possui boas opções a votar, mas é muito claro e podemos saber em quem não votar.

Posso votar no PT? (uma questão moral)

Engana-se aquele que pensa que não é da alçada da Igreja opinar em questões políticas. O Catecismo da Igreja Católica é bem claro ao dizer que "faz parte da missão da Igreja emitir juízo moral também sobre as realidades que dizem respeito à ordem política, quando o exijam os direitos fundamentais das pessoas e das almas, empregando todos os recursos - e somente estes - que estão de acordo com o Evangelho e com o bem de todos, conforme a diversidade dos tempos e das situações." (2246).

Assim, não só é lícito, mas como imperativo que a Igreja se manifeste acerca do posicionamento daqueles partidos que trazem em suas diretrizes a obrigação e compromisso de seus candidatos com a aplicação de condutas contrárias à lei moral, aos direitos fundamentais das pessoas e das almas, como bem disse o CIC.

O PT é um deles. Seu estatuto reflete exatamente essa realidade, pois está comprometido com a implantação da cultura de morte - em todas as suas nunces - em nosso país. Por causa disso, o cristão católico não deve votar em candidatos pertencentes a esse partido. O vídeo responde a essa e a outras dúvidas do eleitor brasileiro. Assista e divulgue.


Fonte: Padre Paulo Ricardo

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Mesários nas Eleições. Perguntas e respostas!


17 - Quem não pode ser mesário?

Existem pessoas que pela natureza de suas atividades, parentesco ou idade, são impedidas por Lei de serem mesários. São elas: - os candidatos e seus parentes, ainda que por afinidade, até o segundo grau, inclusive, bem como o cônjuge ou companheiro; - os membros de diretórios de partidos que exerçam função executiva; - as autoridades e os agentes policiais, bem como os funcionários no desempenho de cargo de confiança no Poder Executivo; - os que pertençam ao serviço eleitoral; - os eleitores menores de 18 anos; - os que exercem cargo comissionado nos municípios, estados ou União.
18 - Quais são as vantagens de ser mesário? 
Os eleitores nomeados mesários têm, asseguradas por lei, as seguintes vantagens:
  • dispensa do serviço, mediante declaração expedida pela Justiça Eleitoral, sem prejuízo do salário, vencimento ou qualquer outra vantagem, pelo dobro dos dias trabalhados nas eleições (art. 98 da Lei 9.504/97);
  • dispensa do serviço, mediante declaração expedida pela Justiça Eleitoral, sem prejuízo do salário, vencimento ou qualquer outra vantagem, pelo dobro dos dias em que, atendendo convocação da Justiça Eleitoral, participou dos treinamentos para o exercício da função (Decisão pelo TSE no Processo Administrativo nº 19.498/DF, de 26/09/2006);
  • a utilização da prestação de serviços à Justiça Eleitoral como critério de desempate em concurso público (desde que haja essa previsão no Edital).
  • além disso, o Mesário, na condição de colaborador da Justiça Eleitoral, ajuda a garantir a democracia e a lisura das eleições.
19 - Como é composta a seção eleitoral? 
Cada seção eleitoral é composta de um presidente, um primeiro e um segundo mesários, dois secretários e um suplente. Os mesários que compõem as mesas receptoras de votos são nomeados, de preferência, entre os eleitores da própria seção eleitoral e, entre estes, os diplomados em escola superior, os professores e os serventuários da Justiça.
20 - O que é preciso para ser um mesário voluntário? 
O programa Mesário Voluntário é uma iniciativa de cada Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Para ser um mesário voluntário o eleitor deve entrar em contato com o TRE de seu estado para saber se o programa foi implementado. Mesmo que o TRE de seu estado não tenha esse programa, ele pode entrar em contato com o cartório eleitoral em que está inscrito e colocar-se à disposição para trabalhar como mesário.

21 - A quantos dias de folga o mesário tem direito? 
Todo cidadão que prestar serviço à Justiça Eleitoral como mesário será dispensado do serviço (público ou privado), mediante declaração expedida pelo juiz eleitoral, pelo dobro dos dias que tiver ficado à disposição da Justiça Eleitoral, sem prejuízo do salário, vencimento, ou qualquer vantagem (Lei nº 9.504/97, art. 98 e Resolução nº 22.424/2006).
22 - O trabalho como mesário é remunerado? 
Não. O serviço prestado não é remunerado. O mesário receberá auxílio-alimentação e terá direito a 2 (dois) dias de folga em seu trabalho (público ou privado) para cada dia trabalhado nas eleições.

Fonte: TSE

Biometria nas Eleições. O que é isto?


11 - O que é biometria?

A biometria é uma tecnologia que permite identificar uma pessoa por suas características biológicas únicas, ou seja, elementos corporais que tenham diferenças particulares como a íris, a retina, a impressão digital, a voz, o formato do rosto e o formato da mão.
  • o uso de qualquer instrumento mecânico que portar ou lhe for fornecido pela Mesa Receptora de Votos;
  • o uso do sistema de áudio, quando disponível na urna, sem prejuízo do sigilo do voto;
  • o uso da marca de identificação da tecla número 5 da urna.

12 - O que é o voto biométrico?

É a utilização da impressão digital, uma característica biológica única, na identificação de cada eleitor no momento da votação.

13 - Quais são as vantagens da utilização do sistema biométrico?

Por meio desse sistema, o País terá a votação mais informatizada e mais segura, já que não haverá dúvidas quanto à identidade de cada eleitor. Dessa forma, o cadastramento biométrico excluirá a possibilidade de uma pessoa votar por outra, tornando inviável a fraude ao procedimento de votação.

14 - Pode ocorrer que o sistema biométrico não "reconheça" o eleitor?

No dia da votação, após a apresentação dos documentos pelo eleitor, sua identidade será ratificada por meio do reconhecimento biométrico de sua impressão digital. No caso do não reconhecimento pelo sistema biométrico, os mesários terão outros recursos para fazer valer o voto do eleitor brasileiro: a confirmação pela foto, pelos dados constantes no título eleitoral, ou outros procedimentos previstos na lei.

15 - Qual é a expectativa para a implantação da biometria em todo o país?

A expectativa é de que, em oito anos, todos os estados do País tenham urnas com leitores biométricos.

16 - Onde a biometria será usada nas eleições deste ano?

301 municípios já possuem cadastramento com normativo para utilização da biometria nas eleições 2012.

Perguntas e Respostas sobre o dia da Eleição. (Documentos, Justificativas, Necessidades especiais...)


1 - Quais são os documentos necessários para votar?

Um documento oficial com foto: carteira de identidade ou identidade funcional, certificado de reservista, carteira de trabalho ou carteira nacional de habilitação.

2 - Como deve ser feita a justificativa eleitoral?

Todo eleitor que estiver fora de seu domicílio eleitoral no dia da eleição tem de justificar sua ausência. Para isso basta que, no dia da votação, se dirija a qualquer local destinado ao recebimento de justificativa eleitoral e entregue o Formulário Requerimento de Justificativa Eleitoral devidamente preenchido. Vale lembrar que é necessário levar o título eleitoral e um documento oficial de identificação com foto.

3 - Em que local está disponível o formulário necessário para a justificativa eleitoral?

O formulário pode ser obtido, gratuitamente, nos cartórios eleitorais, nos postos de atendimento ao eleitor, nas páginas da internet do TSE e dos tribunais regionais eleitorais de cada Estado, assim que for colocado à disposição pela Justiça Eleitoral, e em outros locais previamente autorizados pelo juiz eleitoral, bem como no dia da eleição, nos locais de votação ou de justificativa.

4 - Caso o eleitor não possa comparecer no dia da votação para justificar a ausência, que providências deve tomar?

Ele deverá comparecer, num prazo de 60 dias (a partir da data da eleição), a qualquer cartório eleitoral do país. Após esse prazo, o eleitor que não votou nem justificou a ausência ao voto no dia da eleição ainda deverá procurar regularizar sua situação junto a qualquer cartório eleitoral, mas, neste caso, estará sujeito à cobrança de multa.

5 - O que acontece ao eleitor que não votar e não justificar sua ausência no dia da eleição?

O eleitor em situação irregular não pode:
  • inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, investir-se ou empossar-se neles;
  • receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou emprego público, autárquico ou paraestatal, bem como fundações governamentais, empresas, institutos e sociedades de qualquer natureza, mantidas ou subvencionadas pelo governo ou que exerçam serviço público delegado, correspondentes ao segundo mês subseqüente ao da eleição;
  • participar de concorrência pública ou administrativa da União, dos Estados, dos Territórios, do Distrito Federal ou dos Municípios, ou das respectivas autarquias;
  • obter empréstimos nas autarquias, sociedades de economia mista, caixas econômicas federais ou estaduais, nos institutos e caixas de previdência social, bem como em qualquer estabelecimento de crédito mantido pelo governo, ou de cuja administração este participe, e com essas entidades celebrar contratos;
  • obter passaporte ou carteira de identidade;
  • renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo;
  • praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou imposto de renda.

6 - Como é assegurado o direito ao voto de um portador de necessidades especiais?

O eleitor portador de necessidades especiais poderá ser auxiliado por pessoa de sua confiança para votar, ainda que não o tenha requerido antecipadamente ao Juiz Eleitoral. O Presidente da Mesa Receptora de Votos, verificando ser imprescindível que o eleitor portador de necessidades especiais seja auxiliado por pessoa de sua confiança para votar, autorizará o ingresso dessa segunda pessoa, com o eleitor, na cabina, podendo ela, inclusive, digitar os números na urna. A pessoa que auxiliará o eleitor portador de necessidades especiais não poderá estar a serviço da Justiça Eleitoral, de partido político ou de coligação. A assistência de outra pessoa ao portador de necessidades especiais deverá ser registrada em ata.
Serão também assegurados ao eleitor portador de necessidade especial de caráter visual:
  • a utilização do alfabeto comum ou do sistema braile para assinar o caderno de votação ou assinalar as cédulas, se for o caso;
  • o uso de qualquer instrumento mecânico que portar ou lhe for fornecido pela Mesa Receptora de Votos;
  • uso do sistema de áudio, quando disponível na urna, sem prejuízo do sigilo do voto;
  • uso da marca de identificação da tecla número 5 da urna.

7 - Quem tem preferência para votar?

Primeiramente os candidatos. Depois, o juiz eleitoral e os juízes dos tribunais eleitorais, em seguida os funcionários a serviço da Justiça Eleitoral, os promotores públicos a serviço da Justiça Eleitoral, os policiais militares em serviço, os idosos, enfermos, portadores de necessidades especiais, grávidas e lactantes.

8 - Quem não pode votar?

Não podem votar os eleitores que, de posse ou não de seu título, não constem do caderno de votação e da urna, ou aqueles que, por alguma razão, tenham cancelada a sua inscrição eleitoral. Na contracapa do caderno de votação é apresentada a relação dos eleitores impedidos de votar.

9 - O eleitor pode votar sem título?

Sim. Para votar o eleitor poderá apresentar um documento oficial com foto (carteira de identidade ou identidade funcional, certificado de reservista, carteira de trabalho ou carteira nacional de habilitação)

10 - Como deve proceder o eleitor deficiente visual?

É assegurado ao eleitor portador de necessidade especial de caráter visual:
  • a utilização do alfabeto comum ou do sistema braile para assinar o caderno de votação ou assinalar as cédulas, se for o caso;
  • o uso de qualquer instrumento mecânico que portar ou lhe for fornecido pela Mesa Receptora de Votos;
  • o uso do sistema de áudio, quando disponível na urna, sem prejuízo do sigilo do voto;
  • o uso da marca de identificação da tecla número 5 da urna.
Fonte: TSE

Documentos necessários na hora de votar

Um documento oficial com foto: carteira de identidade ou identidade funcional, certificado de reservista, carteira de trabalho ou carteira nacional de habilitação.


Fonte: TSE

27 de setembro é o prazo para o eleitor tirar a 2ª via do título

TSE, campanha Voto Limpo

'Nestepaiz' o auto-instruído Lula abriu as portas para a baderna!

Luiz Inácio (Lula) quebrou as 'barreiras'  de acesso ao poder.  Qualquer um agora pode chegar ao poder, não precisa acordar cedo, rezar, pedir benção a Deus e aos Pais, não precisa trocar a roupa, escovar os dentes, sentar a mesa, arrumar e seguir para a Escola ou ao Trabalho. Não há mais necessidade de cumprir as regras e regimentos, não precisa mais pagar pela cobrança do lotação, ônibus, abastecimento do Posto de gazolina, não precisa bater o ponto nem ir as Autoescolas para obter a carteira de motorista. Não é mais necessário bater continência ao Superior. Nada mais de regras neste 'paiz'. Qualquer um ou um qualquer, como obamita 'Yes, you can', um triste poder fazer o que vier na telha sem se importar com o caminho, com quem está ao lado labutando querendo ser correto para ser vitorioso. Lula abriu as portas e entrou a bagunça.

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terça-feira, 25 de setembro de 2012

AJUDA URGENTE: Uruguai votará aborto nesta Terça-feira 25 de setembro

A CÂMARA DO URUGUAI PRETENDE VOTAR UM PROJETO DE LEI QUE DESPENALIZA A PRÁTICA DO ABORTO, DURANTE OS TRÊS PRIMEIROS MESES DE GRAVIDEZ, NESTA TERÇA FEIRA DIA 25 DE SETEMBRO DE 2012. 

Caso o aborto seja aprovado no Uruguai, em seguida poderá ser aprovado em toda a América Latina. 

O número de votos a favor e contra o aborto na Câmara do Uruguai, está praticamente em situação de empate, com um voto de diferença a favor do aborto. Esta diferença de um único voto irá decidir o direito à vida de milhares de seres humanos. 

No dia 17 de setembro uma Comissão Especial da Câmara votou o projeto de lei que pretende legalizar o aborto e, em seguida, conforme anunciado em mensagem anterior, encaminhou o projeto para votação em Plenário. 

O atual projeto, que novamente pretende legalizar o aborto, depois de duas tentativas frustradas em 2004 e 2008, foi inicialmente apresentado no Senado uruguaio no final de 2011. 

Devido à crescente oposição que estava sendo encontrada, o Frente Amplio forçou a votação do projeto em uma sessão extraordinária do Senado convocada para o dia 27 de dezembro de 2011, entre o Natal e o Ano Novo. O Frente Amplio é a coalizão de partidos de esquerda que atualmente governa o país e está oficialmente comprometida com a legalização do aborto. 

A inoportunidade de votar tão rapidamente um tema tão delicado, em sessão extraordinária, entre o Natal e o Ano Novo, quando o povo e os parlamentares deveriam estar em casa comemorando as festas, em conjunto com a crescente rejeição ao aborto por parte da opinião pública uruguaia, fêz com que a manobra se voltasse contra seus autores. Apesar de aprovado no Senado, quando o projeto passou, no início de 2012, à Câmara dos Deputados, onde sua aprovação já deveria estar garantida, ainda que por uma maioria mínima, alguns poucos deputados declararam que não mais votariam a favor do aborto, mesmo conhecendo a posição imposta pelo Frente Amplio. Como conseqüência, o projeto têve que ser refeito para poder conquistar a adesão dos poucos deputados que haviam mudado de opinião. 

Havia, entretanto, um outro obstáculo: para ser aprovado pela Câmara, o projeto teria que ser votado, em primeiro lugar, na Comissão de Saúde, onde a maioria dos deputados era contra o aborto e rejeitaria o projeto. O que se viu em seguida mostra o desrespeito que o Frente Amplio possui pelas instituições democráticas. 



No dia 17 de julho de 2012, ÀS TRÊS E MEIA DA MADRUGADA, quando o Congresso acabava de discutir, desde o dia anterior, a falência da companhia aérea uruguaia PLUNA, o Frente Amplio propôs a criação de uma Comissão Especial, composta de uma maioria de membros a favor do aborto, exclusivamente para votar, no lugar da Comissão de Saúde, a legalização da prática. Sob os protestos do presidente da Comissão de Saúde, deputado Daniel Radío, o jornal A República declarava que 

"a nova comissão foi criada diante do fato de que na Comissão de Saúde da Câmara não havia maioria para votar o projeto da despenalização do aborto. A nova comissão agora formada para votar o projeto tem nove membros, dos quais cinco votarão a favor e quatro votarão contra. Os deputados consideraram que a Comissão de Saúde não era representativa em relação à integração do Parlamento e criaram esta Comissão Especial porque seria impraticável levar o projeto ao Plenário da Câmara, já que não seria aprovado pela Comissão de Saúde que está em funcionamento". 

http://www.diariolarepublica.net/2012/07/aborto-nuevo-proyecto/ 

Esta Comissão Especial aprovou o projeto, que ela mesma elaborou, no dia 17 de setembro e, em seguida, encaminhou-o para votação no plenário da Câmara. Todavia, se for aprovado na Câmara, ainda deverá ser votado novamento no Senado. 

A NOTÍCIA DA APROVAÇÃO PELA COMISSÃO PODE SER LIDA NESTE ENDEREÇO: 

http://www.espectador.com.uy/1v4_contenido.php?id=247926&sts=1 

O PROJETO DE LEI APROVADO PODE SER ENCONTRADO NESTE ENDEREÇO: 

http://www.espectador.com/documentos/120910proyectoaborto.pdf 

A CONVOCAÇÃO OFICIAL PARA A VOTAÇÃO NO PLENÁRIO DA CÂMARA NO DIA 25 DE SETEMBRO DE 2012 PODE SER LIDA NO COMUNICADO DE IMPRENSA NÚMERO 4072 DO PARLAMENTO URUGUAIO: 

http://www.parlamento.gub.uy/palacio3/scroll2/printscrolldb.asp?IdComunicado=4557&Cuerpo=D 

A Câmara do Uruguai é composta de 99 membros, todos aparentemente tendo o seu voto já decidido. 

Dos 50 deputados do Frente Amplio, 49 estão decididos a votar a favor do aborto. 

Dos restantes 49 deputados, todos os 30 do Partido Nacional, todos os 17 do Partido Colorado, votarão a favor da vida. O Partido Independente, que somente possui dois deputados, está dividido. Um dos parlamentares votará a favor do aborto e outro a favor da vida. 

Mantendo-se este quadro, o projeto que legalizará o aborto ganhará a votação pela diferença de um único voto. 

A aprovação do povo uruguaio ao aborto estava em ascenção até 2005, quando, após a mais dura campanha promovida pelo Frente Amplio para legalizar a prática no país, esta começou a descer muito rapidamente. Neste ano, depois da tentativa do Frente Amplio de legalizar o aborto na semana entre o Natal e o Ano Novo, em dez meses o Frente Amplio passou do 41 a 36% de intenção de votos, enquanto que neste mesmo período o Partido Nacional cresceu de 19 a 21% e o mesmo aconteceu com o Partido Colorado que pulou de 14 a 17%. Já quanto ao Partido Independente, dividido na questão da defesa da vida, também perdeu: depois de anunciar que um de seus dois deputados votaria a favor do aborto, dos 2% de intenções de votos que retinha em junho deste ano, caíu esta semana para menos de 1%. 
Confira a matéria no principal jornal do Uruguai: 

http://www.elpais.com.uy/120914/pnacio-663814/nacional/votos-oposicion-supera-al-frente/ 

Com estes números, o Frente Amplio já perdeu, na próxima legislatura, a maioria parlamentar de que desfrutava há cerca de duas décadas e, à medida em que continua aumentando a rejeição ao aborto por parte da população uruguaia, irá perder ainda mais se vier a aprovar, contra os direitos humanos que são facilmente reconhecidos pela maioria das pessoas como anteriores à própria constiotuição do Estado, uma lei que estabelece o assassinato da vida inocente como um direito das mulheres. E isto praticamente pela unanimidade de seus parlamentares contra a unanimidade de todos os demais. 

Tal como aconteceu nas eleições de 2010 no Brasil, a imprensa uruguaia tem atribuído a diminuição das intenções de votos a outros fatores, como a repentina falência da companhia aérea PLUNA e à crescente escalada da violência no país, mas os que trabalham na defesa da vida não tem dúvida alguma da verdadeira causa destes números. 

Os grupos pela vida do Uruguai estão pedindo a ajuda de todos os cidadãos latino-americanos que entendem que o aborto é um assassinato e uma violação do direito à vida, para que enviem e-mails, telefonem e mandem faxes aos deputados uruguaios, pedindo-lhes que não aprovem a legalização do aborto no país. Esta ação pode representar a diferença que irá impedir a instalação da Cultura da Morte em nosso continente. 

Agradeço a todos pelo imenso bem que estão ajudando a promover. 

OS MAILS E TELEFONES DOS DEPUTADOS URUGUAIOS ESTÃO NO FINAL DESTA MENSAGEM. 

Procuraremos manter a todos informados sobre o desenvolvimento dos acontecimentos. 

Alberto R. S. Monteiro 

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O QUE FAZER 

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Necessitamos que enviem mails, telefonem e mandem faxes a todos os deputados da Câmara do Uruguai. 

1. DEVIDO À GRAVIDADE DA SITUAÇÃO, PEDIMOS QUE CADA UM ESCREVA ALGUMA MENSAGEM COM SUAS PRÓPRIAS PALAVRAS EM VEZ DE MANDAR UMA MENSAGEM PREVIAMENTE PADRONIZADA. 

2. QUEM PARTICIPAR DE ALGUMA IGREJA OU RELIGIÃO, NÃO SE MANIFESTE COMO RELIGIOSO, MAS COMO CIDADÃO OU PROFISSIONAL. 

3. AOS PARLAMENTARES DEVE-SE O MAIOR RESPEITO EM QUALQUER CIRCUNSTÂNCIA.  TELEFONANDO OU ESCREVENDO SEJA SEMPRE EDUCADO AO EXTREMO MAS NÃO DEIXE DE MANIFESTE CLARAMENTE SEU PONTO DE VISTA. 

4. É MUITO IMPORTANTE ALÉM DE ESCREVER E-MAILS, QUE PODEM SER FACILMENTE APAGADOS POR QUALQUER FUNCIONÁRIO COM UM CLIQUE DE MOUSE, QUE SE TELEFONE DE VIVA VOZ OU SE MANDE UM FAX. 

5. NÃO ESQUEÇA DE PEDIR A TODA A SUA LISTA DE CONTATOS QUE FAÇAM O MESMO E QUE REEVIEM O AVISO TAMBÉM ÀS SUAS PRÓPRIAS LISTAS DE CONTATO. 

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MAILS, TELEFONES E FAXES DOS DEPUTADOS 

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MAILS DOS DEPUTADOS A FAVOR DA VIDA 

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pabdala@parlamento.gub.uy; valonso@parlamento.gub.uy; gamarilla@parlamento.gub.uy; jarocena@parlamento.gub.uy; rberois@parlamento.gub.uy; gborsari@parlamento.gub.uy; rcaram@parlamento.gub.uy; jcardoso@parlamento.gub.uy; achiesa@parlamento.gub.uy; acasas@parlamento.gub.uy; adelgado@parlamento.gub.uy; jgandini@parlamento.gub.uy; jgarcia@parlamento.gub.uy; mgarcia@diputados.gub.uy; rgoni@parlamento.gub.uy; piturralde@parlamento.gub.uy; llacalle@parlamento.gub.uy; dmaniana@parlamento.gub.uy; aniffouri@parlamento.gub.uy; gnovales@parlamento.gub.uy; motegui@parlamento.gub.uy; dpena@parlamento.gub.uy; 

aperdomo@parlamento.gub.uy; apineyrua@parlamento.gub.uy; rplanchon_sec@parlamento.gub.uy; nrodriguez@diputados.gub.uy; psaravia@parlamento.gub.uy; msilvera@parlamento.gub.uy; jtrobo@parlamento.gub.uy; cvidalin@parlamento.gub.uy; jamy@parlamento.gub.uy; dbianchi@parlamento.gub.uy; mbistolfi@parlamento.gub.uy; fcantero@parlamento.gub.uy; gcardoso@parlamento.gub.uy; gcersosimo@parlamento.gub.uy; gespinosa@parlamento.gub.uy; gfacello@parlamento.gub.uy; jgarino@diputados.gub.uy; agloodtdofsky@parlamento.gub.uy; amallo@parlamento.gub.uy; gmatiaude@parlamento.gub.uy; mmontaner@parlamento.gub.uy; rsander@parlamento.gub.uy; jvazquez@parlamento.gub.uy; wverri@parlamento.gub.uy; alima@parlamento.gub.uy; dradio@parlamento.gub.uy; 

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MAILS DOS DEPUTADOS A FAVOR DO ABORTO 

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rarregui@parlamento.gub.uy; aasti@parlamento.gub.uy; jbalmelli@parlamento.gub.uy; jbango@parlamento.gub.uy; jbattistoni@parlamento.gub.uy; jbayardi@parlamento.gub.uy; gbernini@parlamento.gub.uy; gcaceres@parlamento.gub.uy; dcaggiani@parlamento.gub.uy; fcarballo@parlamento.gub.uy; gcardoso@parlamento.gub.uy; hdavila@parlamento.gub.uy; wdeleon@parlamento.gub.uy; gdetoro@parlamento.gub.uy; jcfernandez@parlamento.gub.uy; rfrachia@parlamento.gub.uy; ogroba@parlamento.gub.uy; dibarra@parlamento.gub.uy; mlaurnaga_sec@parlamento.gub.uy; jmahia@parlamento.gub.uy; rmartinez@parlamento.gub.uy; pmazzoni@parlamento.gub.uy; fmichelini@parlamento.gub.uy; gmujica@parlamento.gub.uy; 

rolivera@parlamento.gub.uy; jorrico@parlamento.gub.uy; ypardinas@parlamento.gub.uy; ipassada@parlamento.gub.uy; dpaysse@parlamento.gub.uy; gpedreira@parlamento.gub.uy; apereyra@parlamento.gub.uy; spereyra@parlamento.gub.uy; dperez@parlamento.gub.uy; eaperez@parlamento.gub.uy; pperez@parlamento.gub.uy; mperrachon@parlamento.gub.uy; jpozzi@parlamento.gub.uy; lpuig@parlamento.gub.uy; erodriguez@parlamento.gub.uy; grombys@parlamento.gub.uy; ssabini@parlamento.gub.uy; asanchez@parlamento.gub.uy; bsanseverino@parlamento.gub.uy; vsemproni@parlamento.gub.uy; jsouza@parlamento.gub.uy; mtierno@parlamento.gub.uy; htoledo@parlamento.gub.uy; dtourne@parlamento.gub.uy; cvarela@parlamento.gub.uy; avega@parlamento.gub.uy; dvivian@parlamento.gub.uy; hyanes@parlamento.gub.uy; iposada@parlamento.gub.uy; 

Deputado deve renunciar para se tornar Prefeito ou Vice


As eleições municipais de 2012 podem acarretar uma mudança considerável na composição da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, uma vez que 15 deputados estaduais são candidatos a prefeito ou vice, em 13 municípios mineiros. A Constituição da República e a Constituição do Estado proíbem que deputados acumulem mandatos públicos eletivos, a partir da diplomação. Para serem diplomados nos cargos de prefeito e vice, eles devem renunciar ao mandato parlamentar, sem possibilidade de recondução. Nesse caso, serão convocados os suplentes para as vagas na Assembleia, no prazo de 48 horas.

A proibição de acumulação de mandatos públicos eletivos está prevista no artigo 54 da Constituição da República (inciso II, alínea d) e no artigo 57 da Constituição do Estado (inciso II, alínea d). Não há uma data fixa para a diplomação, mas o calendário eleitoral determina que 19 de dezembro é o prazo final para que ela aconteça. Portanto, a renúncia deve ocorrer até essa data.

O Regimento Interno da ALMG estipula, em seu artigo 51, que a renúncia ao mandato deve ser manifestada por escrito ao presidente da Assembleia e se tornará efetiva e irretratável depois de lida em Plenário ou publicada no órgão oficial do Estado. A partir da leitura em Plenário (ou da publicação), começa a correr o prazo de 48 horas para convocação do suplente, determinado pelo artigo 63 do Regimento Interno.

Entre os deputados estaduais que disputam as eleições de 2012 em Minas, apenas Délio Malheiros (PV) é candidato a vice-prefeito, em Belo Horizonte. Todos os demais são candidatos a prefeito. Confira os nomes:

Contagem
Durval Ângelo (PT)
Carlin Moura (PCdoB)

Juiz de Fora
Bruno Siqueira (PMDB)

Uberlândia
Luiz Humberto Carneiro (PSDB)

Uberaba
Adelmo Carneiro Leão (PT)
Antônio Lerin (PSB)

Montes Claros
Paulo Guedes (PT)

Ipatinga
Rosângela Reis (PV)

Coronel Fabriciano
Celinho do Sinttrocel (PCdoB)

Paracatu
Almir Paraca (PT)

Patrocínio
Deiró Marra (PR)

Unaí
Delvito Alves (PTB)

Itaúna
Neider Moreira (PSD)

Pará de Minas
Antônio Júlio (PMDB)

Fonte: ALMG

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Artigo de Percival Puggina: Outubro amargo?


Por Percival Puggina (*)

Lula tinha três projetos importantes para 2012. O primeiro era alcançar um crescimento robusto da Economia. Quando o ano começou, no melhor estilo lulista Dilma desfilava arrogância dando conselhos a chefes de Estado sobre como superar a crise. Mas eis que quando se aproxima o outubro amargo, depois de uma dúzia de pacotes para soprar as brasas da economia através do endividamento do povo, o PIB dá sinais de esgotamento e impotência. Parece não haver pílula azul que faça a economia adotar uma postura ascendente.

O segundo projeto lulista era eleger Haddad. Entendamos nosso ex-presidente. Ele estava nem aí para uma vitória do PT em São Paulo. Ele queria eleger o Haddad. Aliás, não era bem isso. Corrijo-me. Lula estava nem aí para o Haddad. Ele queria ser o cara que conseguiu fazer prefeito de São Paulo um desconhecido incompetente como o Haddad. Acontece que Marta Suplicy não apenas era candidata. Ela ponteava as primeiras pesquisas de opinião! Em setembro de 2011, Marta tinha 29% das intenções de voto contra 18% de José Serra. Num segundo cenário, trocando Marta por Haddad, este aparecia com 2% das intenções de voto. Voilá! Lula tinha em Haddad uma versão masculina para reproduzir o prodígio que fizera com Dilma. Certo de sua onipotência, exercendo aquela autoridade absoluta, mista de cacique e pajé (que só não funcionou na época do Mensalão), exigiu que a senadora renunciasse à candidatura em favor do seu pupilo. À medida que se aproximava o amargo outubro, Lula entrou em desespero: foi beijar a mão de Maluf nos jardins da casa dele e mandou a doublé de presidente desbancar do ministério a irmã do Chico Buarque. Ato contínuo, ofereceu a poltrona da Cultura para Marta que aceitou, subiu no palanque e tirou retrato com Haddad. No momento em que escrevo este artigo parece não haver mais tempo para que o quadro político proporcione alguma alegria a Lula.

O terceiro projeto lulista para 2012 era acabar com o processo do Mensalão. Tal missão foi enfaticamente assumida ao deixar a presidência. "Xacomigo!", terá dito Lula. Com efeito, mesmo no mais diluído senso moral, os fatos do Mensalão enodoavam sua biografia. Ora, Lula se vê como Deon, o semideus da mitologia grega que tinha o poder de submeter os demais aos seus comandos de voz. Portanto, era só falar com um, falar com outro, dar algumas entrevistas e a maior parte dos ministros do STF, obedientes aos desígnios de quem os indicou, não se recusariam a lhe entregar a própria honra. Mas eis que quando o outubro amargo se aproxima, se evanesce a ilusão. Não há compadres em número suficiente no plenário do Supremo. Lula cruza as mãos sobre as próprias vergonhas e pede que o ano termine logo.



(*) Percival Puggina (67) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões.

Fonte: BrasilAcimadeTudo

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Dom Walmor Oliveira de Azevedo: Com fé na política


Com fé na política” é um programa da Arquidiocese de Belo Horizonte no âmbito do seu Projeto Arquidiocesano de Evangelização, ‘Igreja viva, sempre em missão’.  O programa número dez do Projeto Arquidiocesano de Evangelização, pela articulação da ação social e política, assume o compromisso de incrementar uma atuação mais profética na sociedade. O horizonte largo deste compromisso profético inclui investimentos para que as pessoas participem mais efetivamente das organizações e ações nas políticas públicas, evitando o assistencialismo e a pulverização de iniciativas. Trata-se do empenho para que cresçam os investimentos e a manutenção de grupos de Fé e Política.

De modo especial, envolve a indicação de ações que permitam o acompanhamento, assessoria e diálogo com os cidadãos católicos que estão no mundo da política, atuando no executivo ou no legislativo nas instâncias municipais, estadual e federal. Este programa, “Com fé na Política”, uma resposta concreta às demandas exigentes do compromisso profético da Igreja, é um esforço articulado do Vicariato Episcopal para Ação Social e Política, instância articuladora de toda a política social da instituição a serviço da vida. Junto está o Núcleo de Estudos Sociopolíticos, dedicado ao estudo, pesquisa e debates, mantido no coração da academia, a PUC Minas. E também o Conselho Arquidiocesano Pró-Vida, que tem a missão de refletir e discutir as questões sobre a defesa e a promoção da vida. 

Estas instâncias da Arquidiocese de Belo Horizonte enfrentam o enorme desafio de impulsionar a retomada e o crescimento da profecia na Igreja - sempre articuladas com o caminho e o horizonte que definem o compromisso profético de toda a Igreja no Brasil e no mundo. Na Arquidiocese de Belo Horizonte, estas três instâncias têm responsabilidades e conquistas importantes: a defesa e proteção da vida, a promoção com lucidez e eficácia da interface forte e intrínseca entre fé e política. Os objetivos são o de possibilitar interação maior entre os agentes dos mundos político e os da evangelização, discutindo políticas públicas, oferecendo encontros e eventos formativos, garantindo a vivência da espiritualidade - indispensável para uma atuação coerente e mais eficaz. As ações do “Com fé na política” abrangem o acompanhamento dos Legislativos Municipal e Estadual, o Parlamento, espiritualidade, assessorias para fomentar as discussões e conquista de clarezas a respeito de encaminhamentos que devem visar o bem da sociedade no seu conjunto. 

É indispensável disponibilizar assessorias especializadas em torno de temáticas e questões complexas presentes na pauta das discussões contemporâneas. Ora, comprometida a fundamentação e a clareza acerca de questões que são debatidas sabe-se do risco, com prejuízos incalculáveis, para escolhas inadequadas e legislações pouco lúcidas na direção do bem comum, da justiça e da paz. O programa “Com fé na Política” não é constituição de bancada. O programa quer, em diálogo aberto e articulado, ser um qualificado suporte aos fiéis leigos no seu compromisso político, expressão afirmativa e exigente do seu compromisso cristão a serviço dos outros, como ensina a Doutrina Social da Igreja n. 566: “Os encargos de responsabilidade nas instituições sociais e políticas exigem um empenho severo e articulado, que saiba evidenciar, com as contributos de reflexão do debate político, com o planejamento e com as opções operativas, a absoluta necessidade de uma qualificação moral da vida social e política.”  

O descrédito em relação à política precisa ser recuperado com contribuições coerentes de modo que, como é próprio, por meio da política se instaure um ordenamento social mais justo e coerente com a dignidade humana. O Papa Bento XVI, na sua Carta Encíclica, Deus é amor, n. 28, lembra que a justa ordem da sociedade e do Estado é dever central da política. Ainda, “a justiça é o objetivo e, consequentemente, também a medida intrínseca de toda a política. Que é mais que uma simples técnica para a definição de ordenamentos públicos: a sua origem e o seu objetivo estão precisamente na justiça, e esta é de natureza ética.” Em questão está, pois, a justiça, e como realizá-la. 

O Papa Bento XVI diz que aqui se tocam fé e política, possibilidade de superar a cegueira ética derivada da prevalência do interesse e do poder. A fé, encontro com o Deus vivo, alarga horizontes e produz clarividência para além da própria razão. Também diz: “A sociedade justa não pode ser obra da Igreja; deve ser realizada pela política. Mas, toca à Igreja, e profundamente, o empenhar-se pela justiça trabalhando para a abertura da inteligência e da vontade às exigências do bem.” A fé interpela o cristão no mundo da política levando-o a entender que sua Igreja é “advogada da justiça e defensora dos pobres”, na expressão do Papa. Esta é a aposta: “Com fé na política”. 

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte

Fonte: Nesp

Fé, política e cidadania

Fé e política O que isso tem a ver?!

Em outubro próximo, eleitores do Brasil inteiro irão
mais uma vez às urnas para eleger prefeitos e vereadores.
A vontade popular deve ser respeitada, mas a escolha consciente deve levar em consideração o futuro de
todos nos próximos anos.

Muitos têm aversão à palavra. “É coisa chata”, dizem
certas pessoas que se negam a discutir o assunto. “Política e religião não se discute” já se tornou um jargão.
No Brasil, é comum associar a política à “politicagem”
instaurada no país, colocando-o como destaque entre as
nações com alto índice de corrupção, e conformar-se com
essa realidade.

Em meio a essa conjuntura, a Igreja diz que a política deve ser discutida e mostra-a como “uma forma sublime do exercício da caridade”. Inaugurando a série de reportagens que o VOZ DE NAZARÉ publicará em decorrência das eleições para prefeito e vereador no mês de outubro a equipe do jornal foi buscar saber, esta semana, qual é a intensidade da relação entre fé e política. Mas primeiramente fez o seguinte questionamento - qual o sentido da palavra política?!  

O significado do termo “política” vai muito além do que se pode imaginar. “Todos nós somos políticos porque de uma forma ou de outra estreitamos relações sociais que envolvem poder.

Eis, portanto, o sentido da palavra política”, explica o jornalista Rogério Santos. “A verdadeira política é aquela feita para promover o bem e o acesso de todos, acabando com as desigualdades”, esclarece o autor do livro “Pobreza Política”, Pedro Demo. Segundo ele, as desigualdades seriam um mal socialmente criado, necessário para manter um sistema no qual houvesse a nítida diferença entre ricos e pobres.

O autor também ressalta que em muitos casos foi conveniente aos Estados preservarem uma “política” paternalista, resolvendo os problemas do pobre de forma imediatista, sem oferecer-lhe condições de permanecer sem tal problema posteriormente. Ou seja, mantém-se a condição do pobre que precisa sempre do auxílio do rico revestido de figura paternalista.

Pobreza política

Na opinião de Pedro Demo, haveria duas formas
de pobreza: a pobreza material e a pobreza política.
A fim de tentar acabar com essas duas formas de pobreza, a Igreja e os movimentos sociais precisaram
lutar, ao longo dos anos, para que muitos direitos fossem
garantidos. O autor chama de “pobres políticos” àqueles que não promovem uma política voltada para “o todo”.
“Pobre é aquele que oprime os outros”, diz. Já o verdadeiro homem político, segundo ele, não se ilude
acerca das suas limitações e se organiza para preservar os seus direitos. Essa forma de participação caracteriza o verdadeiro homem político, pois é um exemplo de  vitória ante as “políticas de opressão”.

“A política social combate a pobreza, enquanto que, a política de interesse procura atender a quem está mais bem atendido. Hoje, a própria tecnologia está a serviço desse sistema desigual e procura alimentá-lo, mas, o verdadeiro homem político, irá, de alguma forma, procurar contestar isso”, explica Pedro Demo. Segundo o Arcebispo Emérito da Paraíba (PB) e ex-vice-presidente da CNBB, Dom Marcelo Pinto Carvalheira, é preciso resgatar o interesse e o encantamento do povo pela boa política. “Resgatar a esperança através de políticos comprometidos. Assim têm refletido os nossos grupos de ‘Fé e Política’, em conjunto com associações de bairro e movimentos sociais”, disse.

Para esse religioso, o comportamento e a Palavra de Jesus, em suas linhas essenciais, constituem elemento normativo para a existência cristã e, por conseguinte, para o nosso compromisso político. “Ele vivia no regime teocrático do judaísmo, regime de absoluta unidade entre a religião e o Estado. O Sumo Sacerdote era a maior autoridade religiosa e também, com o Sinédrio, a suprema autoridade do Estado. Essa situação era respeitada pelo Procurador Romano”, explica. Segundo Dom Marcelo, pela sua referência ao bem comum dos homens que vivem em comunidade, a práxis política não tem apenas dimensões morais, mas ela mesma é práxis moral, embora nem todas as práxis morais sejam práxis políticas.

A chamada “laicidade” para a doutrina católica é entendida como autonomia dos campos civil e político em relação aos setores religiosos eclesiásticos, mas não em relação ao campo moral, pois ela está voltada essencialmente para o bem comum, que implica em busca da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade, do respeito à vida humana. “Pontos comuns entre religião e política não impedem sua distinção e autonomia recíproca. Essa laicidade, portanto, não significa ateísmo, nem agnosticismo do Estado. Na verdade, a laicidade já é um valor adquirido pela Igreja e pertence ao patrimônio da civilização”, explica, com base na Nota Doutrinal da Congregação da Doutrina da Fé de fevereiro de 2003.

Centro Nacional Fé e Política

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) fundou em 2005 o  Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Câmara. O objetivo foi colaborar para a formação de leigos inseridos no mundo da política. De acordo com o ex-presidente da CNBB, Cardeal Geraldo Majella Agnelo, “o centro pretende contribuir para o exercício da política, que é uma forma sublime do exercício da caridade”. Para isso, o centro oferece cursos, organiza seminários, encontros e simpósios, além de estabelecer uma rede de assessores e realizar publicações. A ideia de criar um centro nacional buscou atender ao chamado do Papa João Paulo II que, na Exortação Christifidelis Laici, após o Sínodo sobre os Leigos, pediu que a formação dos leigos e leigas fosse prioridade nas igrejas locais.

Voto e cidadania

O primeiro turno das eleições municipais de 2012 será no dia 7 de outubro e o segundo, caso haja, ocorrerá no dia 28 do mesmo mês. O calendário foi aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ficou definido que os partidos terão até 7 de outubro deste ano para obter registro no TSE se quiserem participar das próximas eleições. O limite é o mesmo para os candidatos. Em outubro milhares de brasileiros irão exercer sua cidadania votando nos(as) candidatos(as) que consideram dignos de assumirem os postos de prefeito(a) e vereador(a) dos mais de 5,5 mil municípios brasileiros. Mas o que é cidadania?!
O significado da palavra foi uma dúvida da dona de casa Lindalva Santos durante anos. Apesar de ter ouvido falar várias vezes de cidadania, apenas hoje, com seus 32 anos, soube o que realmente significa: o conjunto de direitos e deveres aos quais um indivíduo está sujeito em relação à sociedade em que vive.

Assim como Lindalva, muitos brasileiros não sabem que ser cidadão é ter consciência de que é sujeito de direitos à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade, entre outros direitos civis, políticos e sociais. Mas esse é um dos lados da moeda. Segundo o advogado Marcos Silvio de Santana, cidadania pressupõe também deveres. “O cidadão tem de ser cônscio das suas responsabilidades enquanto parte integrante de um grande e complexo organismo que é a coletividade, a nação, o Estado, para cujo bom funcionamento todos têm de dar sua parcela de contribuição”.

Fonte: Fundação Nazaré

Dom José Alberto Moura. Artigo sobre "Cilada" no meio político


"A melhor maneira, porém, de fazer a propaganda política e outras é mostrar os próprios valores"

É muito comum práticas de armar ciladas para derrubar a quem tem ideias, ideais e valores conflitantes com os de determinadas pessoas. Na política isso parece ser mais usual ainda. Destruir o outro é demonstração de pequeneza de caráter e meio ignóbil de querer convencer os eleitores a não votar nos outros. A melhor maneira, porém, de fazer a propaganda política e outras é mostrar os próprios valores, os bons feitos e os programas de ação para o melhor serviço de esclarecimento às pessoas.

A verdade e o bem muitas vezes incomodam a quem não os tem. A Palavra de Deus reconhece-o claramente: “Armemos ciladas ao justo, porque sua presença nos incomoda: ele se opõe ao nosso modo de agir, repreende em nós as transgressões da lei” (Sabedoria 2, 12). Por isso, o maldoso prova e até persegue e faz condenar injustamente o inocente. Foi o que fizeram com Jesus. Mas a vitória não é de quem consegue condenar a quem não o merece, apesar da justiça humana muitas vezes ser falha. No encalço do Mestre é vitorioso quem o imita na pertinácia da realização da missão. A ética assumida e vivida fala mais alto do que a mentira e a falta de respeito em relação ao bem do outro e da comunidade. Precisamos formar pessoas, desde o berço, para a altivez de caráter e a prática da promoção da vida e defesa da dignidade humana, da verdade e da justiça. A religiosidade baseada no amor de Deus faz a pessoa dar frutos de promoção da vida em plenitude, sem se deixar levar ao desânimo por encontrar a correnteza ao contrário.

O apóstolo Tiago lembra a necessidade de vivermos conforme a sabedoria vinda de Deus, que leva a pessoa a superar a ambição, a cobiça, a inveja e todo tipo de desordem (Cf. Tiago 3, 16.17). As consequências benéficas advêm na prática da justiça e na promoção da paz. De fato, quem tem a consciência reta, com os valores maiores indicados por Deus, dá base de estruturação do tecido social com benefício para todos. Felizmente temos pessoas assim formadas e conduzidas. A sociedade não é destruída como um todo devido ao ser e agir de tais pessoas. Mas precisamos multiplicá-las para a garantia da convivência mais harmoniosa. Fundamental para isso é a família bem construída. A correnteza em contrário é promovida por grupos materialistas de interesse consumista, usando de parte da mídia para veicular enganosamente o hedonismo como fonte de felicidade, mas, fugaz. Sem valores permanentes e ideal elevado de vida não se constrói a base para o progresso plenamente realizador do ser humano.

Jesus enfrenta todo tipo de cilada, mas não abre mão de sua missão, enfrentando os opositores, mesmo com o sacrifício total de si. Mas esmagou o projeto dos opositores com o contrário da agressão. Venceu pelo amor. Sua ressurreição provou que seu método divino é o remédio para todo tipo de oposição aos valores de seu Reino. Quem vence não é a força física ou a proeminência social e sim quem dá de si pelo bem do outro, até dos inimigos: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!” (Marcos 9, 37). Quem se opõe a isso sai perdendo! A lógica de Jesus é a do amor, que leva a pessoa a promover o bem do semelhante.


Dom José Alberto Moura
Arcebispo metropolitano de Montes Claros

Fonte: Arquimoc

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Pesquisa eleitoral 2012 para Prefeito em Montes Claros

Segundo pesquisa MDA/Estado de Minas, elaborada nos dias 15 e 16 de setembro de 2012 fica assim o quadro da disputa:

Índice de aprovação

Jairo Ataíde (DEM)       29,9 %
Paulo Guedes (PT)       21,6 %
Ruy Muniz (PRB)          19,0 %
Humberto Souto (PPS) 10,0 %
Índice de rejeição

Humberto Souto (PPS) 51,5%
Jairo Ataíde (DEM)       39,1% 
Ruy Muniz (PRB)           47,3% 
Paulo Guedes (PT)        29,3%

Ruy Muniz e Paulo Guedes pelo índice de aprovação estão tecnicamente empatados, porque a margem de erro do levantamento é de 4,4 pontos percentuais para mais ou para menos.

Fonte: Estado de Minas 

A política na Doutrina Social da Igreja. Por Pe. José Ionilton

Apresentaremos a seguir textos dos documentos do Magistério da Igreja sobre a dimensão política da vocação cristã. Esperamos, com isto, oferecer aos nossos leitores e às nossas leitoras um subsídio para estudo pessoal e pastoral neste ano de eleição.
1. Concílio Vaticano II
<> Gaudium et Spes
75f - "Os que são idôneos ou possam tornar-se para exercer a difícil e ao mesmo tempo nobilíssima arte política, preparem-se para ela e procurem exerce-la, esquecidos do proveito próprio e de vantagens materiais. Pela integridade e com prudência, lutem contra a injustiça e a opressão, ou o absolutismo e a intolerância, seja de um homem ou de um partido político; dediquem-se, porém, ao bem de todos com sinceridade e retidão, bem mais, com o amor e a coragem exigidos pela vida pública".
Podemos destacar:
a) A definição de política como "difícil e nobilíssima arte". Não se justifica, portanto, a desculpa de muitos cristãos e de muitas cristãs de não gostarem de política, afirmando ser ela uma coisa suja. Pode ser difícil, mas a política é uma coisa nobre, boa;
b) A necessidade de preparação daqueles e daquelas que se sentem convocados para a atuação na política, aparece bem claro na afirmação:"preparem-se para ela". Aqui a importância das Escolas de Fé e Política que já existem em muitas Comunidades, Paróquias e Dioceses. Onde não existe fica o desafio para implantar, pois, a Igreja precisa preocupar-se com a formação dos que já atuam e dos que querem atuar no mundo da política;
c) O convite para exercer a política sem querer tirar "proveito próprio". Como faz falta a existência de políticos assim, que se "dediquem ao bem de todos", sem buscar "vantagens" pessoais. 
d) O político cristão deverá ter por missão "lutar contra a injustiça e a opressão". O cristão e a cristã atuam na política para promoverem a justiça, o respeito à pessoa humana, a igualdade de direitos e deveres, a partilha e a paz.
75a  - "Lembrem-se, portanto, todos os cidadãos ao mesmo tempo do direito e do dever de usar livremente seu voto para promover o bem comum".
Destacamos aqui o convite para se usar livremente do voto. Temos assim uma das qualidades do voto cidadão, que seja livre, ou seja, devemos votar na pessoa que nossa consciência aponta como a que melhor pode "promover o bem comum". Bem comum que é a meta final da ação política autêntica.
<> Apostolicam Actuositatem
14a - "Os católicos versados em política, e devidamente firmes na fé e na doutrina cristã, não recusem cargos públicos, se puderem por uma digna administração prover o bem comum e ao mesmo tempo abrir caminho para o Evangelho".
Podemos destacar:
a) O convite aos católicos e às católicas para não recusarem cargos públicos. Um convite bastante provocador e ao mesmo tempo incentivador. Provocadorpara quem defende a tese da ausência da política; incentivador para quem já assumiu esta difícil e nobilíssima missão;
b) A razão pela qual o cristão e a cristã deve assumir cargos públicos:promover o bem comum e abrir caminho para o evangelho. Para que razões mais significativas para esta atuação política dos cristãos e das cristãs através do exercício de cargos públicos, seja aqueles que se assume a partir das eleições, seja aqueles que se assume por concurso ou ainda os que se assume como cargo de confiança.
2. Conferências do Episcopado latino americano
<> Medellín
16b  - "O exercício da autoridade política e suas decisões têm como única finalidade o bem comum".
Medellín afirma que a "única finalidade" da política é a promoção do "bem comum". É para isto que existe a política e é para isto que os cristãos e cristãs devem atuar na política: promover o bem comum, usando as palavras de Jesus, promover a vida para todos e vida em abundância (cf. Jo 10,10).
16d - "A carência de uma consciência política (...) torna imprescindível a ação educadora da Igreja, com vistas a que os cristãos considerem sua participação na vida política da nação como um dever de consciência e como o exercício da caridade em seu sentido mais nobre e eficaz para a vida da comunidade".
Em 1968 constatava-se uma carência de consciência política entre os cristãos. 40 anos depois podemos dizer que houve uma melhora desta consciência, mas ainda é real para nós esta constatação de Medellín. Como precisamos avançar nesta consciência do valor da política para a construção de um mundo melhor.
A atualidade da afirmação de que se "torna imprescindível a ação educadora da Igreja"Tal como em 1968, hoje a Igreja precisa educar para a cidadania, para a vivência da política. Esta afirmativa de Medellín vem reforçar a importância das Escolas de Fé e Política. Precisamos apoiar as que funcionam; revitalizar as que passam por dificuldade; começar onde não existe. Elas são, de fato, imprescindíveis para o crescimento da consciência política dos cristãos e das cristãs em nossas comunidades, paróquias e dioceses.
<> Puebla
513 - "A dimensão política, constitutiva da pessoa, representa um aspecto relevante da convivência humana".
É muito significativa a afirmação de que a dimensão política é parte da vida da pessoa humana. Puebla com esta afirmação está nos indicando que quando deixamos de assumir a dimensão política em nossas vidas, estamos nos tornando menos gente, menos humanos.
514 - "A fé cristã não despreza a atividade política; pelo contrário, a valoriza e a tem em alta estima".
Esta é uma das mais belas declarações do valor da política para os cristãos e as cristãs. A fé cristã além de não desprezar a atividade política, a valoriza e vai muito mais além, a tem em alta estima. Quem assume, valoriza e tem em alta estima a atividade política está vivendo autenticamente sua fé cristã, está em perfeita sintonia com a doutrina social da Igreja. Já quem se omite, despreza, desvaloriza a atividade política está agindo de forma contrária à fé cristã e ao ensinamento da Igreja.
515 - "O cristianismo deve evangelizar a totalidade da existência humana, inclusive a dimensão política".
Puebla inclui a dimensão política no rol das atividades da evangelização do cristianismo. De fato, existe uma tendência da parte de alguns cristãos e de algumas cristãs de entenderem a evangelização, apenas, numa dimensão espiritual. O documento de Puebla é claro ao indicar a dimensão política da existência humana como campo da ação evangelizadora de nossa Igreja.
<> Santo Domingo
99 - "Os pastores procuraremos, com objetivo pastoral imediato, fomentar a preparação de leigos que se sobressaiam no campo da educação, da política, dos meios de comunicação social, da cultura e do trabalho".
É interessante notar com os Bispos definiram como objetivo pastoral imediato a preparação dos leigos para atuarem em diversos campos da sociedade, incluindo aí a política. Com isto vemos a importância da política para a vida e a missão dos cristãos leigos e das cristãs leigas. Cabe avaliarmos se depois de 16 anos da promulgação do documento de Santo Domingo, se as dioceses e paróquias do Brasil estão fomentando esta formação dos leigos e das leigas e se estão sendo formados para atuarem no mundo da política. Se sim, que bom! Se, não, está na hora de lembrarmos aos nossos bispos e párocos este seu compromisso.
<> Aparecida
75 - "Vem se fortalecendo a democracia participativa e estão se criando maiores espaços de participação política".
Destaca-se aqui a constatação que o documento de Aparecida faz de que ademocracia participativa está se fortalecendo. Atuar nestes espaços de democracia participativa é uma das formas de se viver a dimensão política de nossa vocação cristã. Será que estamos atuando nos Conselhos Municipais, nos grupos do Orçamento Participativo, no acompanhamento das atividades da Câmara de Vereadores, na fiscalização da aplicação correta dos recursos públicos pelo poder executivo municipal, estadual e federal? Se sim, estamos incluídos entre os que estão fortalecendo a democracia participativa em nosso país; se não, é hora de começar, depende de nós, vamos ocupar nosso lugar, vamos ser o sal da terra e a luz do mundo.
77 - "Em amplos setores da população, e especialmente entre os jovens, cresce o desencanto pela política e particularmente pela democracia".
É preocupante esta constatação do documento de Aparecida. A pior coisa é o desencanto, pois, perdemos a vontade de colaborar. Portanto, devemos trabalhar como Igreja para não deixar que este desencanto permaneça ou cresça, mas, sim ajudar a fazer com que nossa presença de cristãos e cristãs no mundo da política sirva para dar uma novo rosto à política e devolva a motivação à população, de modo especial aos jovens, de participar da vida pública e de acreditar na democracia.
3. Documentos dos Papas
<> Paulo VI na Exortação Apostólica "Evangelii Nuntiandi"
70 - "O campo próprio da sua atividade evangelizadora (referia-se aos Leigos) é o mesmo mundo vasto e complicado da política, da realidade social e da economia, como também o da cultura, das ciências e das artes...".
A política, portanto, é um campo próprio da atividade evangelizadora dos cristãos leigos e das cristãs leigas. O que significa dizer que o leigo e a leiga não podem deixar de atuar na política, porque se não atuarem estarão vivendo de forma incompleta a sua vocação. Paulo VI reconhece que esta missão na política é vasta e complicada, mas é missão e precisa ser assumida pelos leigos e leigas.
<> João Paulo II na Exortação Apostólica "Christifideles Laici"
42 - "Os fiéis leigos não podem absolutamente abdicar da participação política, (...) destinada a promover orgânica e institucionalmente o bem comum".
Em outras palavras os fiéis leigos não podem renunciar, abandonar, desistir da participação política. Por quê? Porque a participação política tem como objetivo final a promoção do bem comum; e o bem comum tem tudo a ver com a nossa missão evangelizadora, com a nossa missão visando a construção do Reino de Deus.
42 - "As acusações de arrivismo, idolatria de poder, egoísmo e corrupção que muitas vezes são dirigidas aos homens do governo, do parlamento, da classe dominante ou partido político, bem como a opinião muito difusa de que a política é um lugar de necessário perigo moral, não justificam minimamente nem o ceticismo nem o absenteísmo dos cristãos pela coisa pública".
Ou seja, para o Papa João Paulo II, não existe desculpa para a não participação dos leigos e leigas na política. Quanto mais nos ausentarmos, mas o mal crescerá. Aliás, gosto de dizer que o mal hoje existente na política do Brasil, por exemplo, é fruto desta ausência dos leigos e das leigas da nossa igreja nos partidos políticos, nos cargos públicos e nos movimentos populares. Somos luz, assim nos disse Jesus (cf. Mt 5,13). A luz serve exatamente para afugentar as trevas. Se existe as trevas do egoísmo, da corrupção, da idolatria do poder, do perigo moral na política no mundo em que vivemos, faz-se mais do que necessário a presença dos cristãos leigos e das cristãs leigas para com a força do evangelho, fazer resplandecer a luz das virtudes da honestidade, transparência, partilha, compromisso com a vida, com a justiça e com a paz.
4. CNBB
<> Estudos nº 2 - Igreja e Política
05 - "A política é o conjunto de ações pelas quais os homens e as mulheres buscam uma forma de convivência entre os indivíduos, grupos, nações, que ofereça condições para a realização do bem comum".
A CNBB nos dá uma definição clara do que é política, que poderemos resumir assim: Política é um conjunto de ações para realizar o bem comum. Podemos perceber como se repete a questão da relação entre política e bem comum.  Por isso, como cristãos e cristãs, não tem sentido não atuarmos politicamente, não nos comprometermos com o bem comum, com tudo que isto implica: justiça, partilha, vida, paz. Não basta desejarmos um mundo melhor, é preciso participar das lutas para se chegar a esta conquista; a política é um caminho indispensável para a concretização deste projeto.
<> Documentos nº 40 - Igreja: comunhão e missão
219 - "Um candidato cristão, comprometido com a política partidária, por força de sua fé, nunca deveria afastar-se da sua comunidade, nem esta deveria marginalizá-lo pelo fato de ser candidato".
A CNBB nos dá neste documento dois critérios importantes para os cristãos e as cristãs que vão sair candidatos, candidatas a cargos eletivos: 1º) Não afastar-se da comunidade. Continuar sua vida normal de presença e participação na Igreja, nas celebrações litúrgicas, nas atividades pastorais e no exercício de ministérios. 2º) A comunidade não afastar a pessoa da caminhada porque ela é candidata. Isto é importantíssimo, pois, ainda existe esta atitude preconceituosa em nosso meio, ou seja, alguém é candidato tem que ser exilada da comunidade, como que se fosse portadora de uma doença contagiosa. Coloquemos isto em prática em nossa diocese, paróquia e comunidade e veremos frutos bons surgirem a partir de nós para a vida política do país, dos estados e dos municípios, alcançando assim o que diz este mesmo documento no nº 223:  alcançando assim o que diz este mesmo documento no na doença contagiosa. Coloquemos isto em pra de cristas atividades da C"A Igreja espera que os cristãos oriundos das CEB´s e de outros grupos e movimentos eclesiais sejam verdadeiras sementeiras de uma nova política no país".
<> Documento nº 62: Missão e ministérios dos cristãos leigos e leigas
132 - "Além da saudável e necessária participação de cristãos na política partidária, é necessário incrementar os grupos de reflexão e de acompanhamento das atividades políticas, exercendo cada vez mais a aproximação entre o compromisso de fé e o exercício da justiça por meio dos organismos de representação popular".
A CNBB afirma ser a política partidária saudável e necessária. Assimilar isto nos ajudará a superar qualquer resquício de preconceito contra a atuação dos cristãos leigos e das cristãs leigas nos partidos políticos. Façamos uma pesquisa em nossa comunidade para descobrirmos quantos são filiados a algum partido e a depender do resultado comecemos a trabalhar para incrementar a nossa presença e atuação neste campo de serviço social e eclesial.
A CNBB está também incentivando que se incremente a presença e atuação dos cristãos leigos e das cristãs leigas em grupos de reflexão e acompanhamento das atividades políticas. O próprio documento da CNBB, neste mesmo número assim se expressa: "Os grupos de Fé e Política devem ser incentivados e preparados para, entre outras atividades, acompanhar criticamente os trabalhos do legislativo local, fiscalizar a execução do orçamento público, elaborar projetos de lei de iniciativa popular, sensibilizar a opinião pública, divulgar relatórios sobre as atividades de vereadores e deputados, bem como dos responsáveis pelo Executivo".
<> Documento nº 80: Evangelização e missão profética da Igreja2.4. (página 96 do texto publicado pelas Paulinas) - "A política pode ser um caminho privilegiado para o serviço da justiça, ‘ uma forma sublime da caridade'. (...) a Igreja quer reabilitar a política, denunciando e lutando contra a corrupção, participando da administração da ‘res-pública', encorajando os cristãos a ‘entrar' na política e acompanhando os que já atuam neste campo".

Destaca-se neste texto:
a) A política como caminho privilegiado para o estabelecimento da justiça social;
b) A política como forma sublime de caridade, mandamento maior de Jesus.
c) A Igreja quer reabilitar a política. Reabilitar e não condenar; ajudar a melhorar a partir de dentro do mundo da política e não fugindo dela e acusando-a de ruim, coisa suja, etc.
d) A Igreja se compromete a denunciar e lutar contra a corrupção, bem como a participar da administração da coisa pública. Como anda o compromisso de nossa comunidade, paróquia e diocese com a aplicação da lei 9840 de combate a corrupção eleitoral? E nosso testemunho interno como Igreja na administração da economia e dos bens de nossas comunidades, paróquias e dioceses? Agimos com transparência, justiça e honestidade? E o que estamos fazendo para que os recursos públicos sejam corretamente aplicados? Estamos presentes nos organismos de fiscalização e acompanhamento da aplicação destes recursos?
e) Encorajar os cristãos para entrar e acompanhar os que já estão dentro. Que belo programa de evangelização. Como este programa está sendo cumprido em nossa realidade de diocese, paróquia e comunidade? O que temos feito para encorajar e o que temos feito para acompanhar?
<> Documento 87: Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil
187 - "Incentive-se cada vez mais a participação social e política dos cristãos leigos e leigas nos diversos níveis e instituições, promovendo-se cursos, grupos de reflexão, formação e ação".Neste documento a CNBB trás uma palavra de incentivo para cada vez mais acontecer uma participação social e política dos cristãos leigos e leigas. Isto faz parte dos objetivos da ação evangelizadora da Igreja no Brasil até 2010. Foi interessante a expressão "cada vez mais". Ela indica que esta participação social e política já existe, mas que precisa crescer, sempre mais e sempre melhor. Então, vamos lá, façamos nossa parte; ocupemos nosso espaço; cobremos apoio de nossos pastores (bispos e párocos); valorizemos o que já existe no campo da formação; colaboremos para que surjam novas adesões; construamos parcerias com cristãos de outras igrejas e com homens e mulheres de boa vontade crentes de outras religiões ou sem religião.

Pe. José Ionilton
Religioso Vocacionista
Publicado na Revista Espírito, edição nº 112


Fonte: Paróquia Aparecida
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